Como Times Financeiros Podem Avançar com IA 

A adoção de Inteligência Artificial nas empresas deixou de ser discutida como tendência e passou a ser uma urgência estratégica. Os times financeiros, em particular, vivem uma pressão crescente para acelerar a digitalização, apoiar o negócio com análises mais preditivas e garantir governança em um ambiente de dados cada vez mais complexo. Mas, na prática, por que tantas organizações implementam ferramentas de IA sem realmente capturar valor?

Um artigo recente da Harvard Business Review, “How Finance Teams Can Succeed with AI” (2025), explora exatamente essa questão e traz reflexões importantes para líderes financeiros que buscam evoluir.

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O problema não é tecnologia, é estrutura, ritmo e capacidade organizacional

O estudo mostra que a adoção de IA é alta, mas os resultados efetivos são modestos. E a causa não está na falta de ferramentas adequadas, mas na forma como os times financeiros estão estruturados para absorvê-las. Segundo a pesquisa, realizada entre 2023 e 2025, com mais de 100 líderes financeiros de empresas multinacionais, dois fatores impulsionam diretamente o impacto da IA na área financeira:

• Experimentação com novas tecnologias: testar soluções, gerar insights mais profundos, criar análises preditivas e rever indicadores.
• Colaboração entre áreas: atuar próximo das áreas de negócio, traduzindo dados em decisões operacionais.
  

No entanto, tentar evoluir nessas duas frentes simultaneamente pode gerar sobrecarga. Ambas exigem tempo, atenção e capacidade para lidar com novas demandas. Sem estabilidade interna, processos claros e apoio da liderança, as iniciativas se chocam e o progresso desacelera. A conclusão central do estudo é clara: a implementação de IA no financeiro é um desafio de liderança e capacidade interna, não apenas de tecnologia.

O que habilita uma adoção bem-sucedida de IA?

A pesquisa destaca dois habilitadores-chave:

1. Estabilidade e retenção de talentos

Times que permanecem juntos por mais tempo acumulam conhecimento institucional, criam relações de confiança e demandam menos energia na transição entre iniciativas. Isso reduz atritos entre experimentação e colaboração, permitindo que a IA avance com consistência.

2. “Financial slack”: espaço no orçamento para inovar

Transformação demanda teste, erro, ajuste. Empresas que oferecem margem financeira para pilotos e experimentações conseguem evoluir muito mais rápido. Esse ponto é especialmente relevante: sem caixa, a IA não acontece. Quando cada iniciativa precisa provar retorno imediato, a inovação perde oxigênio.

E onde entra a antecipação de recebíveis?

Para muitas empresas, especialmente as que vivem ciclos longos de recebimento, o grande obstáculo para implementar IA não é falta de visão, é falta de disponibilidade financeira.

Projetos de digitalização demandam:

• – aquisição de ferramentas,
  
• – integração de sistemas,
  
• – capacitação de equipes,
  
• – testes e ajustes contínuos.
  

Ou seja, exigem investimento antes de gerar retorno.

Nesse contexto, a antecipação de recebíveis se torna um recurso estratégico. Ao transformar vendas futuras em liquidez imediata, as empresas criam exatamente o que o artigo identifica como um dos principais habilitadores da transformação digital: um colchão financeiro que permite experimentar sem comprometer o funcionamento do negócio.

Além disso:

• – garante previsibilidade de caixa para planejar investimentos em tecnologia;
  
• – reduz a pressão por crédito tradicional, geralmente mais caro;
  
• – viabiliza a reorganização de processos internos sem risco de paralisar operações.
  

IA não é apenas uma agenda tecnológica, é uma agenda de capacidade

O artigo reforça que times financeiros bem-sucedidos em IA não tentam fazer tudo ao mesmo tempo. Eles começam pelo que já têm força, crescem com cadência e constroem uma base que sustenta a transformação. Mas tão importante quanto isso é garantir as condições para que essa evolução aconteça: pessoas capacitadas, processos organizados e fôlego financeiro.

A antecipação de recebíveis, quando bem utilizada dentro de uma estratégia de gestão de caixa, pode justamente oferecer esse fôlego, permitindo que as empresas invistam em inovação com segurança, previsibilidade e agilidade.

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