Em tempos de incerteza econômica, é comum focar nos números: receita, margem, caixa, custos operacionais. Mas existe um elo estratégico que, muitas vezes, é subestimado: a gestão de pessoas. A forma como se gerencia o capital humano repercute diretamente nos resultados financeiros, seja por meio de produtividade, retenção de talentos, rotatividade, engajamento ou custos trabalhistas. Neste artigo, vamos explorar como RH e finanças devem caminhar juntos para fortalecer a empresa.
Segundo o estudo Human Capital Accounting on Firm Value, da Universidade de Cornell, benefícios e custos relacionados ao capital humano apresentam correlações estatisticamente significativas com variáveis financeiras, como lucro após impostos, retorno sobre ativos e patrimônio líquido.
Mecanismos pelos quais a gestão de pessoas impacta as finanças
Turnover / rotatividade e custos de reposição A rotatividade de colaboradores gera custos diretos (recrutamento, seleção, treinamento) e indiretos (queda de produtividade, perda de conhecimento).
Produtividade e engajamento Colaboradores motivados, bem gerenciados e alinhados com a cultura da empresa tendem a desempenhar melhor, reduzir retrabalhos e inovar — o que melhora margens e eficiência.
Absenteísmo e indicadores de saúde organizacional Faltas, afastamentos ou baixa aderência aos processos internos penalizam fluxos de trabalho e podem gerar sobrecarga em equipes, custos extras e atrasos operacionais. Indicadores como absenteísmo e índice de satisfação impactam diretamente o rendimento da empresa.
Políticas de remuneração e benefícios sustentáveis Remuneração, bonificações e programas de benefícios devem ser planejados não só para atrair e reter, mas também de forma compatível com a saúde financeira. Exageros podem comprometer margem, subdimensionar pode gerar insatisfação e rotatividade.
Desenvolvimento e retenção de talentos Investir em treinamento, carreira e liderança reduz perdas por saída e acelera a curva de contribuição do colaborador, transformando o investimento em retorno mais rápido e sustentável.
Clima organizacional e reputação interna/externa Uma boa cultura e comunicação aberta reduzem conflitos internos, reclamações trabalhistas e desperdícios. Empresas bem avaliadas tendem também a atrair candidatos mais qualificados, reduzindo custos de recrutamento.
Desafios e limitações
Horizonte temporal Os efeitos dos investimentos em pessoas podem levar tempo para aparecer nos indicadores financeiros, enquanto gestores demandam resultados mais imediatos.
Conflitos de prioridades Metas de RH (engajamento, bem-estar) e metas financeiras (corte de despesas, economia) podem entrar em tensão; é preciso alinhamento estratégico entre lideranças.
Cultura e comunicação entre áreas Muitas vezes RH e finanças falam “línguas diferentes”: RH pensa em pessoas e intangíveis, finanças em números e métricas explícitas. Superar esse gap é essencial.
Como estruturar essa integração RH + finanças
Definir metas compartilhadas Estabelecer objetivos de pessoas que impactem diretamente indicadores financeiros (por exemplo, redução de turnover, aumento de retenção em funções críticas).
Adotar indicadores de RH com reflexo financeiro Use métricas como custo por contratação, tempo de integração, índice de rotatividade, absenteísmo, ROI de treinamento.
Ferramentas de people analytics / HCM Um estudo da MIT Sloan Review Brasil mostra que a adoção de soluções de Human Capital Management (HCM) vem crescendo — permitindo que RH opere com dados que alimentam previsões e decisões mais alinhadas.
Governança e comunicação entre áreas Criar fóruns interdepartamentais, com representação de RH e finanças, e desenvolver linguagem comum para decisões.
Projetos pilotos e iteração Testar ações em unidades ou departamentos menores antes de escalar. Monitorar resultados e ajustar.
Recursos humanos e finanças não são mundos separados — são dois lados da mesma moeda no sucesso organizacional. Uma gestão de pessoas eficaz pode resultar em ganhos operacionais, menores custos ocultos e maior sustentabilidade financeira.
Para empresas que já trabalham com antecipação de recebíveis, esse tema se torna ainda mais sensível: dispor de capital de giro exige estabilidade operacional, produtividade e retenção de talentos. Melhorar a interface entre RH e finanças é, portanto, uma alavanca estratégica para fortalecer o negócio como um todo.
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