Como a gestão de pessoas influencia a saúde financeira da empresa

Gestão empresarial
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| 04/11/2025

Em tempos de incerteza econômica, é comum focar nos números: receita, margem, caixa, custos operacionais. Mas existe um elo estratégico que, muitas vezes, é subestimado: a gestão de pessoas. A forma como se gerencia o capital humano repercute diretamente nos resultados financeiros, seja por meio de produtividade, retenção de talentos, rotatividade, engajamento ou custos trabalhistas. Neste artigo, vamos explorar como RH e finanças devem caminhar juntos para fortalecer a empresa.

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A interdependência entre finanças e pessoas

A sinergia entre gestão de pessoas e finanças não é apenas teórica: é estratégica. Um argumento frequentemente citado é que organizações que alinham seus objetivos de RH com metas financeiras costumam ter melhor desempenho operacional e menor desperdício de recursos. 

Segundo o estudo Human Capital Accounting on Firm Value, da Universidade de Cornell, benefícios e custos relacionados ao capital humano apresentam correlações estatisticamente significativas com variáveis financeiras, como lucro após impostos, retorno sobre ativos e patrimônio líquido. 

Mecanismos pelos quais a gestão de pessoas impacta as finanças

  1. Turnover / rotatividade e custos de reposição
    A rotatividade de colaboradores gera custos diretos (recrutamento, seleção, treinamento) e indiretos (queda de produtividade, perda de conhecimento).
  2. Produtividade e engajamento
    Colaboradores motivados, bem gerenciados e alinhados com a cultura da empresa tendem a desempenhar melhor, reduzir retrabalhos e inovar — o que melhora margens e eficiência.
  3. Absenteísmo e indicadores de saúde organizacional
    Faltas, afastamentos ou baixa aderência aos processos internos penalizam fluxos de trabalho e podem gerar sobrecarga em equipes, custos extras e atrasos operacionais. Indicadores como absenteísmo e índice de satisfação impactam diretamente o rendimento da empresa.
  4. Políticas de remuneração e benefícios sustentáveis
    Remuneração, bonificações e programas de benefícios devem ser planejados não só para atrair e reter, mas também de forma compatível com a saúde financeira. Exageros podem comprometer margem, subdimensionar pode gerar insatisfação e rotatividade.
  5. Desenvolvimento e retenção de talentos
    Investir em treinamento, carreira e liderança reduz perdas por saída e acelera a curva de contribuição do colaborador, transformando o investimento em retorno mais rápido e sustentável.
  6. Clima organizacional e reputação interna/externa
    Uma boa cultura e comunicação aberta reduzem conflitos internos, reclamações trabalhistas e desperdícios. Empresas bem avaliadas tendem também a atrair candidatos mais qualificados, reduzindo custos de recrutamento.

Desafios e limitações

  • Horizonte temporal
    Os efeitos dos investimentos em pessoas podem levar tempo para aparecer nos indicadores financeiros, enquanto gestores demandam resultados mais imediatos.
  • Conflitos de prioridades
    Metas de RH (engajamento, bem-estar) e metas financeiras (corte de despesas, economia) podem entrar em tensão; é preciso alinhamento estratégico entre lideranças.
  • Cultura e comunicação entre áreas
    Muitas vezes RH e finanças falam “línguas diferentes”: RH pensa em pessoas e intangíveis, finanças em números e métricas explícitas. Superar esse gap é essencial.

Como estruturar essa integração RH + finanças

  • Definir metas compartilhadas
    Estabelecer objetivos de pessoas que impactem diretamente indicadores financeiros (por exemplo, redução de turnover, aumento de retenção em funções críticas).
  • Adotar indicadores de RH com reflexo financeiro
    Use métricas como custo por contratação, tempo de integração, índice de rotatividade, absenteísmo, ROI de treinamento. 
  • Ferramentas de people analytics / HCM
    Um estudo da MIT Sloan Review Brasil mostra que a adoção de soluções de Human Capital Management (HCM) vem crescendo — permitindo que RH opere com dados que alimentam previsões e decisões mais alinhadas. 
  • Governança e comunicação entre áreas
    Criar fóruns interdepartamentais, com representação de RH e finanças, e desenvolver linguagem comum para decisões.
  • Projetos pilotos e iteração
    Testar ações em unidades ou departamentos menores antes de escalar. Monitorar resultados e ajustar.

Recursos humanos e finanças não são mundos separados — são dois lados da mesma moeda no sucesso organizacional. Uma gestão de pessoas eficaz pode resultar em ganhos operacionais, menores custos ocultos e maior sustentabilidade financeira.

Para empresas que já trabalham com antecipação de recebíveis, esse tema se torna ainda mais sensível: dispor de capital de giro exige estabilidade operacional, produtividade e retenção de talentos. Melhorar a interface entre RH e finanças é, portanto, uma alavanca estratégica para fortalecer o negócio como um todo.

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